Review Amazfit GTR 3 Pro: elegância com um software ainda em desenvolvimento

Amazfit GTR 3 Pro é um ótimo smartwatch para rastrear a saúde e o seu treino, mas faltam recursos para competir com o Galaxy Watch 4

Darlan Helder
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• Atualizado há 11 meses
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Amazfit GTR 3 Pro é o smartwatch mais sofisticado da Amazfit atualmente. Além de um design muito refinado, a empresa entrega ao consumidor o Zepp OS, um novo software que conversa tanto com o Android como o iOS, e promete algumas melhorias em usabilidade. Mas será que ele é Pro de verdade para bater de frente com o Apple Watch e com o Galaxy Watch 4? 

O GTR 3 Pro tem bateria para até 12 dias de uso, mais de 150 modos de treino, ainda pode acompanhar a sua saúde e tem Alexa integrada. No varejo, enquanto este review vai ao ar, o vestível era encontrado por cerca de R$ 1.400. Para entender se vale ou não o investimento, o GTR 3 Pro não saiu do meu pulso nas últimas semanas e conto o que achei dele nos próximos minutos. 

Análise do Amazfit GTR 3 Pro em vídeo 

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O GTR 3 Pro foi fornecido pela Amazfit por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica

Design premium me impressionou 

Iniciando pela parte visual, acho que todos concordam que o Amazfit GTR 3 Pro tem um belo design. Talvez seja um dos relógios mais bonitos que eu já testei, e todo esse cuidado é ainda mais nítido quando você o coloca no pulso. A escolha de materiais, a harmonia entre caixa e tela, e a pulseira marrom reforçam toda essa aparência mais sofisticada. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O corpo do GTR 3 Pro é de liga de alumínio, com um acabamento texturizado que pode ser combinado com uma pulseira preta emborrachada ou em couro marrom. Ela tem 22 mm e ficou muito confortável no meu pulso, porém eu fiquei receoso com a durabilidade já que, nos primeiros dias de uso, ela começou a ficar marcada, como você pode ver nestas imagens. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Ao menos a Amazfit oferece resistência à água em até 5 ATM, então está liberado mergulhar com o smartwatch a até 50 metros de profundidade. Além disso, o suor e outros líquidos não devem danificar o produto. Eu mesmo peguei uma chuva leve com o GTR 3 Pro ao longo dos testes e, felizmente, não houve prejuízos. 

A caixa do vestível tem 46 mm. O lado direito abriga um par de botões configuráveis, sendo o primeiro uma coroa giratória e o segundo um botão tradicional já configurado para abrir o menu de exercícios. Ali embaixo também está o alto-falante, que é bem alto considerando as limitações do produto. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Uma tela curva realmente brilhante 

A tela curva de 1,45 polegada se integra ao corpo do smartwatch, promovendo o acabamento refinado. Diz a Amazfit que o vidro do relógio é temperado com revestimento anti-impressão digital. Realmente, enquanto esteve no meu pulso, eu não tive problemas com marcas de dedos. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em números, o painel AMOLED tem 480 x 480 pixels com 331 ppi. Ou seja, ele tem uma resolução superior quando comparado com seus rivais. O Huawei Watch GT 3, que tem um display excelente, tem 466 x 466 pixels, e o Galaxy Watch 4 fica em 450 x 450 pixels. Na prática, você encontra neste gadget uma definição precisa; ícones e outras informações são exibidos com nitidez e vivacidade. 

Para quem faz questão, ele tem modo Always On, que deixa a hora sempre visível, enquanto “esconde” as demais informações. Muitas pessoas gostam desse recurso, mas a Amazfit é bem sincera ao informar que o Always On “reduz drasticamente a duração da bateria”. 

Bom para acompanhar a saúde e o treino 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Amazfit GTR 3 Pro é um bom smartwatch para rastrear a saúde e o condicionamento físico. São mais de 150 modos de treino, suportando modalidades tradicionais, como corrida, caminhada, elíptico e remo, a outras bem inusitadas: pebolim, xadrez e… eSports (!). Como parceiro das atividades físicas, o relógio me atendeu muito bem, principalmente por exibir dados detalhados, como eu comento logo adiante. 

Na parte traseira está o sensor biométrico BioTracker 3.0. Sua função é monitorar os batimentos cardíacos (BPM), o nível de oxigênio no sangue (SpO2), além de estresse e o sono do usuário. 

Ao comparar com outros dois relógios simultaneamente, Apple Watch Series 6 e Huawei Watch GT 3, eu pude constatar que a leitura de frequência cardíaca do GTR 3 Pro é boa, já que não apresentou números imprecisos nos períodos em repouso. 

Apple Watch Series 6, Amazfit GTR 3 Pro e Huawei Watch GT 3 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Watch Series 6, Amazfit GTR 3 Pro e Huawei Watch GT 3 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Durante o meu treino, um mix de caminhada interna e externa, o device forneceu dados de batimentos que eu já estava acostumado a ver em outros smartwatches com sensores confiáveis. 

A medição da saturação de oxigênio no sangue também me pareceu confiável, sobretudo porque, assim como o Apple Watch, o Amazfit é chatinho para fazer a análise. Se mexer um pouquinho o pulso, rapidamente ele pausa e solicita para você realizar novamente. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na hora de dormir, o gadget pode acompanhar a sua noite de sono automaticamente. Apesar de ser bem completo, exibindo estágios de sono leve, REM e profundo, eu percebi que a funcionalidade não é tão precisa. Por exemplo, os horários em que eu dormia e acordava dificilmente batiam com aqueles informados pelo app Zepp. 

Termômetro é outro recurso que você vai encontrar neste relógio. Em letras miúdas, a empresa explica que você pode “colocar o dispositivo no ar” para medir a temperatura ambiente ou da pele quando o GTR 3 Pro estiver no pulso. Na teoria, é uma solução interessante. Na prática, eu achei confusa por não conseguir visualizar detalhes da medição. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Minha experiência ao treinar com o Amazfit GTR 3 Pro 

Para quem pratica exercícios físicos, encontrará aqui o PAI (Personal Activity Intelligence), um sistema de avaliação de saúde muito popular nos vestíveis da Xiaomi. Ele lhe fornece pontos de acordo com a elevação da sua frequência cardíaca, levando em conta a periodicidade da prática de exercícios físicos. Quanto mais você treina, mais pontos obterá. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Durante a minha caminhada matinal, foi possível acompanhar o tempo de treino, os batimentos cardíacos, velocidade e distância. Mais tarde, o aplicativo Zepp compartilha um histórico completo, contendo calorias queimadas, altitude mínima e máxima, cadência, frequência média de pernada e mais. É realmente impressionante o detalhamento, e ainda é viável exportá-los para o Apple Health, Google Fit ou Strava.

Por outro lado, o desempenho do GPS é mediano. Eu notei algumas curvas imprecisas e rotas confusas. Na caminhada, ele criou trechos que simplesmente não existem. Para quem caminha ou corre com frequência, e até profissionalmente, vale se atentar a esse ponto. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Alexa integrada é legal, mas e os aplicativos de terceiros? 

Em recursos de smartwatch e conectividade, o Amazfit GTR 3 Pro oferece um bom cardápio de funcionalidades. Contudo, para um dispositivo premium, dava para a Amazfit entregar mais. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Entre esses recursos, eu destaco a integração com a Alexa. Ao apertar e segurar a coroa, a assistente virtual é invocada, permitindo ao usuário controlar dispositivos de casa inteligente ou perguntar qualquer outra coisa, como temperatura e curiosidades, além de criar lembretes e mais. 

O GTR 3 Pro ainda suporta aplicativos de terceiros, mas a loja de aplicativos é muito limitada. Esse talvez seja o principal ponto negativo em relação ao Wear OS 3 do Galaxy Watch 4, que já está avançando bastante nessa área. O NFC, para pagamentos por aproximação, também foi deixado de lado, o que é uma pena para um relógio dessa faixa de preço. 

Loja de apps do Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Loja de apps do Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O software do vestível pode exibir notificações do seu celular, mas respondê-las pelo relógio é inviável. Outro ponto que me incomodou no Zepp OS foram os problemas de tradução: embora estivesse configurado para o português do Brasil, ele sempre exibia palavras do português de Portugal. 

Ter Bluetooth e conectar fones de ouvido ao smartwatch é muito bacana, mas a limitação do software prejudica a experiência. Eu mesmo consegui conectar facilmente um Beats Fit Pro ao GTR 3 Pro, mas sem plataformas de streaming disponíveis no Zepp OS, eu acabei ignorando essa possibilidade. Uma alternativa seria usar os 2,3 GB de espaço para subir músicas por fora. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Segundo a empresa, essa capacidade é suficiente para armazenar de 270 a 470 músicas em formato MP3. 

Por fim, destaco os alertas meteorológicos do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), que são muito úteis. Elas não são uma novidade, já que a Xiaomi adota as notificações em outros vestíveis, como na Mi Band 6. 

Que autonomia admirável 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em bateria e alimentação, o Amazfit GTR 3 Pro vai aos extremos. A célula de 450 mAh de capacidade deste relógio me surpreendeu pela eficiência energética. A marca diz que ela pode aguentar 12 dias com apenas uma carga, mas, dependendo do uso, é capaz de superar o número prometido. 

Em um primeiro teste, o vestível foi alimentado até os 60% e permaneceu ligado por cinco dias, com recursos de saúde ativados, notificações ligadas e monitorando a minha noite de sono. Em outro teste, agora mais intenso, o GTR 3 Pro saiu do carregador no domingo com 100%. Eu passei seis dias com ele no pulso e treinei duas vezes na mesma semana. No sexto dia, sexta-feira de manhã, ainda tinham 41% de bateria. Resultado excelente! 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Agora, o segundo extremo tem a ver com o carregador. O acessório é proprietário da Amazfit e parece muito de smartband de tão simples. Mas não é só isso. A empresa fica devendo carregamento sem fio, o que é inaceitável para um smartwatch como esse. 

Amazfit GTR 3 Pro: vale a pena? 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Amazfit GTR 3 Pro está longe de ser perfeito. No entanto, o relógio inteligente fica bonito e elegante no pulso. Ele tem bons recursos de saúde, compartilha dados detalhados, tem Alexa sempre disponível e trabalha bem no Android e no iOS. A duração da bateria também me deixou muito feliz e como é bom usar um smartwatch sem se preocupar em ficar carregando a cada dois dias, ou até menos. 

Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazfit GTR 3 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Zepp OS é perfeito? Não, mas dá para sentir o esforço da marca em aprimorar o seu próprio sistema. Eu realmente espero que daqui a alguns meses a Amazfit entregue novas funcionalidades e, principalmente, novos aplicativos de terceiros. Melhorias no GPS, suporte à streaming de música e correções de idioma precisam ser a prioridade nesse momento para a equipe da Amazfit. 

Eu gostaria muito de indicar o GTR 3 Pro, mas por R$ 1.400 fica inviável, considerando a ausência de NFC, mais apps e carregamento sem fio. Se você tem esse dinheiro para investir num smartwatch, eu recomendo partir para o Galaxy Watch 4, que oferece todos esses recursos que o Amazfit ignorou. 

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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